This is the time. And this is the record of the time.
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28 de novembro, 2025
"Inveja" e outras pequenezas da alma
Ao longo dos anos, percebi que adoro livros sobre gente mesquinha e ignóbil. Sim, é isso mesmo. Eu amo ler sobre gente avara, tacanha, sobre obsessões minúsculas que vão consumindo as pessoas e que vão levando os personagens a situações cada vez mais absurdas. Não se trata só da avareza no sentido financeiro, mas de sentimentos pouco nobres, de egoísmo, inveja, ciúmes, vaidade; de comportamentos e confissões constrangedores, humilhantes. Das "Histórias para ler sem pressa", que o Mamede traduziu e organizou, d'"Os miseráveis" de Al-Jahiz, ao "Os Ratos" do Dyonélio Machado, passando por Lazarilho de Tormes (e à literatura pícara em geral), à autobiografia genial da Violette Le Duc, "La Bâtarde", e às obras do Kobo Abe, muitos dos meus livros preferidos tratam dessas pequenezas que atormentam a alma humana. Por essa razão, comprei "Inveja", de Iuri Oliécha, somente pelo título, sem saber nada a respeito da novela além de sua origem russa.
Apesar de curto, o texto é denso e movediço, sem muita clareza geográfica ou de ação. Em vários momentos, não sabia se o que estava sendo narrado era realidade, sonho, delírio ou mentira de um dos personagens, e nem sempre sabia de qual personagem era aquele ponto de vista. Ainda assim, ou por isso mesmo, fiquei totalmente rendida pela narrativa. A obra, de 1927, é contraditória, ambígua, extremamente moderna, divertida, caótica e desconcertante. E sendo assim, há muitas interpretações possíveis a serem feitas. Particularmente, achei que o principal êxito do autor é justamente não conseguirmos saber se ele está endossando o novo regime pós-revolução, o "novo mundo", e caçoando do "velho mundo" e dos sentimentos que o regiam, ou se é o contrário, se zomba da nova mentalidade racionalista e mecanicista, exaltando os antigos valores. Na verdade, acho que ele satiriza todo mundo, os intelectuais decadentes e apegados às paixões antigas, os novos homens que se incumbem à erradicação do mundo burguês de uma maneira que chega a ser patética também - e que por meio do trabalho também buscam a glória pessoal, ainda que coletivamente -, e todo o resto que se vê nesse meio entre um e outro, tentando decidir quem adorar e a quem ouvir, e que caem cada hora na lábia de um ou de outro lado. É um livro maravilhoso, muito engraçado e muito interessante para se pensar os efeitos da mudança brusca do modo de se pensar e se sentir enquanto indivíduo, causada por uma revolução como a russa. Aliás, trata não só dos efeitos, mas da própria incapacidade humana de lutar contra eles, nos esforços vãos de se opor a essa nova forma de se organizar em sociedade. Posso estar enganada, mas no final das contas, me pareceu que aderir cegamente ou resistir ativamente ao "novo mundo" e à nova forma de pensar, parecem ser posturas movidas pelo mesmo combustível: vaidade, ingorância, futilidade e tacanhice.
Enfim, há tempos não lia um livro tão bom e que me envolvia tanto. Os russos continuam sendo uma fonte inesgotável de obras sagazes e tragicômicas, já que não me lembro de ter lido alguma narrativa russa e não ter gostado. Por fim, seguem dois trechos que achei muito significativos (e engraçados): um em que Ivan Bábitchev, defensor quase incansável do velho mundo, é interrogado pelo comissário da poĺícia política; e o outro, que mostra as reações à grande invenção de seu irmão Andriéi (a mortadela que vai mudar a trajetória da URSS!!).
livroscoisas que eu gosto
26 de novembro, 2025
momentos de Cuiabá e Chapada
Cuiabá
Cuiabá
Cuiabá
Isinha e João
Isinha e João
Fefê
Maru, cada uma com seu Matheus
Fifa ligeiramente alterada
Dona Letícia e Seu Dante
Dona Dina pegando receita no Tudo Gostoso
Pãozinho caseiro
Bolo
Exposição sobre Chapada na casa do cineasta Luiz Borges
Exposição sobre Chapada na casa do cineasta Luiz Borges
Estou com preguiça de escrever e me explicar, então serei telegráfica. Busquei as fotos tiradas na saída fotográfica, e algumas ficaram ótimas, e outras horríveis. No início fiquei decepcionada com o resultado, mas agora vejo como foi um bom exercício, pois aprendi na prática a influência dos diferentes tipos de filme, condições de luz, abertura de diafragma, etc. Hoje já consigo entender de fato onde erro nas fotos. Além disso, V e eu fomos na terça no Cultura Artística ver o concerto da Vera Danilina, parte da série violão da casa. Foi uma apresentação incrível, tecnicamente impecável, e muito emocionante: ela é super expressiva, transmitia o que tocava através do rosto e dos movimentos nos braços de uma forma que nunca vi antes. Pra contribuir à atmosfera, ela vestia um vestido brilhoso que na luz, a fazia parecer uma musa grega tocando violão. A própria Danilina disse no final, quase em lágrimas, que foi o melhor concerto de sua vida. Da minha, com certeza foi um dos melhores.
Eu e Fifa chegamos em Cuiabá nessa madrugada. Foi uma viagem cansativa, e minha insônia a fez ainda mais difícil. Não consegui dormir no avião, não consegui dormir ao chegar em casa, e provavelmente não vou conseguir dormir essa tarde. Mas bem, uma hora eu durmo. Ah, e pra melhorar a experiẽncia, decolamos do terminal fantasma de Guarulhos. Em breve trago mais notícias sobre esses dias por aqui.
coisas que eu fizmúsica
16 de novembro, 2025
Um reencontro
Além da descoberta da biblioteca e do ilustre homem cujo nome ela leva, outra coisa extraordinária aconteceu essa semana. Em 2017, acredito eu (pode ter sido em 2016 também, eu não me lembro), V me deu em uma das caixas, ou pessoalmente, não sei, uma folha de papel com um poema digitado. Eu me lembrava que esse poema era de autoria do Jorge de Sena, mas às vezes tinha medo de estar confundindo, e de na verdade ter sido escrito por Jorge de Lima. Mas minha primeira opção era o Jorge de Sena. Me lembrava que o poema criava imagens de passagem do tempo, falava sobre relógios, o céu e a lua. Eu me lembrava que era longo, mas que não muito. Mas fui fortemente impactada por aquele poema, e o procurei por anos na internet, sem sucesso. Até que essa semana, na casa de V, ela finalmente me reapresentou ao poema, que abre a coletânea que ela tem. É ainda melhor do que eu me lembrava:
coisas que eu gostopoesia
14 de novembro, 2025
Tudo que é humano não me é estranho
Por causa da correria, não consegui atualizar o blog antes. Sendo sincera, tava até evitando entrar pois toda vez acabava passando horas mexendo em um projetinho novo pra cá. Sempre me avisaram que html era um caminho sem volta, mas eu não fazia ideia do quanto é viciante. Mas bom, antes que as novidades se acumulem e deixem de o sê-las, e antes que esse espaço perca seu propósito de me impedir de esquecer das coisas, vamos ao que interessa:
Na quarta, V e eu fomos ao show da Nilüfer Yanya. Foi um bom show, mas minhas expectativas estavam altas e eu não pude deixar de sair um pouco desapontada. Achei a Nilüfer um pouco travada, sem muito carisma e presença de palco, meio tímida. E a acústica do Cine Joia também não é das melhores, o que só prejudicou a apresentação. Houve algumas falhas na voz, pausas não previstas para ajustes no som, e ela parecia estar com problemas no retorno. A despeito desses percalços, o público estava engajado (tirando meia dúzia que parece que pagou 200 reais pra bater papo alto de costas pro artista) e foi incrível ouvir algumas das minhas músicas preferidas ultimamente ao vivo. Tentei fazer alguns registros, mas sou péssima cinegrafista: canto junto, danço, e descuido do foco. Segue o que consegui fazer de melhor dentro dessas condições:
Trecho de "Heavyweight Champion of the Year"
Agora, uma pequena-grande tangente. Nesse mesmo dia, pela manhã, fui à Biblioteca Mário Schenberg emprestar um livro para os estudos do CACD (não tinha na Mário de Andrade, mais próxima daqui de casa). Nunca tinha ido lá, e apesar de estar meio bagunçada por estarem desmontando uma exposição, adorei o lugar. O acervo de humanidades é modesto porém robusto, já que o foco da biblioteca são as ciências. Admito que não sabia muito a respeito de quem tinha sido o físico (e matemático, e engenheiro, e político, e crítico de artes!!!) que deu nome à biblioteca, mas quanto mais me aproprio de sua história, mais incrível o acho. Merece essa e todas as demais homenagens possíveis. Eu fiquei muito fascinada pela sua trajetória, tanto pelas suas contribuições no campo da astrofísica e da física quântica, quanto por sua atuação como deputado estadual, sua defesa da soberania energética brasileria, e seu papel na formação do que viria a se tornar a FAPESP. Se tudo isso já não bastasse para avalizar a figura, o homem também tinha olho e ouvido para as artes, e não só escreveu sobre como chegou a ser júri da bienal, e próximo de Mira Schendel, Lygia Clark, Volpi, Haroldo de Campos, Jorge Mautner, Clarice, e muitos outros.
Fachada da Biblioteca Municipal Mário Schenberg
Em 1994, saiu pela Edusp um livro sobre o pensamento científico e artístico de Mário Schenberg, escrito pelo historiador José Luiz Goldfarb, entitulado "Voar também é com os homens". Quando vi esse título, não consegui deixar de abrir um sorriso, pois imediatamente me lembrei de uma frase do Tabucchi que me encanta há muitos anos: "bisogna credere negli uomini, per vedere gli angeli". Vítima de perseguição política pela ditadura, Schenberg foi aposentado compulsoriamente da cadeira de professor no IF-USP e preso mais de uma vez. Em uma dessas ocasiões, tendo tido seus livros apreendidos, conta-se que foi à delegacia tentar recuperar seus livros de filosofia e explicar aos policiais que Platão não fora comunista. "Ele conseguiu pegar de volta o livro, não sem antes dedicar horas à popularização da filosofia platônica na delegacia. Durante meses, ele ia à delegacia todas as quintas-feiras e passava a tarde dando explicações sobre o conteúdo dos livros apreendidos até conseguir recuperá-los", conta a sua filha. De tempos em tempos a gente se depara com pessoas tão incríveis e fascinantes, que realmente nos fazem lembrar do que importa à humanidade, nos fazem "ver os anjos". Não à toa, em uma exposição sobre sua vida na Casa das Rosas, o curador escolheu uma paráfrase de uma máxima latina de Públio Terêncio como lema da vida de Schenberg. A sentença original se traduz por: "sou homem: nada do que é humano me é estranho", mas confesso que no contexto, também prefiro a paráfrase. Acho que a palavra "tudo" faz mais juz a esse homem que se dedicou a tantos aspectos diferentes do ser humano. Que aprendeu, trocou, produziu e reproduziu conhecimento de uma forma tão total e integral, sem se compartimentalizar. Tudo que é humano não lhe foi estranho, tudo que é humano lhe disse respeito de alguma forma. Tudo sobre nós é de nosso interesse e de nossa responsabilidade. O difícil hoje em dia é separar o que é de fato nosso e o que é ruído.
PS. Me esqueci de mencionar que nessa semana também assisti ao "Les Balconettes", da Noémie Merlant. Ia escrever sobre isso neste post mas fiquei tão encantada com a vida e a obra do Schenberg, que não teve espaço. Vou tentar falar sobre o filme no próximo post.
coisas que eu fizmúsica
10 de novembro, 2025
Aniversário da Fifa e show do Seun Kuti
Fifa comemorou seu aniversário no sábado, junto com o da Olívia. Elas reservaram um espaço no subsolo do Gaspar, ali na praça Dom José Gaspar. O lugar é terrível, drinks medíocres se você tiver sorte e o público mais gay padão tóxico que eu já vi. Mas a festa foi em um lugar separado dos demais ambientes, e foi bonitinha; Fifa parecia feliz o que é o mais importante. Elas vieram aqui pra casa depois com alguns convidados, e eu e V fomos para a Casa Lúpulo de novo - é um dos poucos lugares que fica aberto até tarde ali na região e que não é balada. Infelizmente, minha estima pela Leda Dias (que não era muita!) diminuiu ainda mais neste último fim de semana, e tenho muitos adjetivos que não cabem aqui. Talvez eu desenvolva mais sobre meus sentimentos em relação a ela em outro momento.
No domingo, fomos ao show do Seun Kuti no Sesc Pompeia, parte de uma turnê do artista pelo Brasil. Eu fui crua, conhecia a obra do pai mas nunca tinha ouvido o filho. V falou que o último álbum dele era bom, eu gosto de afrobeat e o ingresso estava por 18 reais: já deu certo, não é mesmo? Bom, o show começou com uma enrolação sem fim, provavelmente para esconder o atraso do artista. Se pelo menos o instrumental fosse bom nessa introdução, talvez prendesse nossa atenção e nem perceberíamos que não fazia parte do script. Mas não, introdução fraca e genérica, já apontando para um show morno. Dito e feito. Afrobeat pau mole e datado, sem a potência que vimos em outros shows do Sesc Jazz, da Virada Cultural ou em outras ocasiões no próprio Sesc. Depois de tantos shows incríveis de artistas africanos esse ano (Kokoko!, Gabi Motuba, Alogte Oho and His Sounds of Joy, Etran De L'Aïr, Orchestra Baobab, só pra citar os que eu lembro) e esperando uma paulada, achei a apresentação do Kuti apagada, a voz ruim, o som meio genérico, sem propor nada de novo. Acho que ele tem só o nome do pai mesmo, porque de resto... Enfim, pareceu um show pra tirar dinheiro de branco querendo ser descolado. Aliás, o show foi tão ruim que V passou mal, teve uma crise de pânico e fomos atendidas pelo pessoal do Sesc. Ok, não foi a qualidade do show que causou isso diretamente, mas aposto que se tivesse sido bom, ela não teria a crise. Recebemos um atendimento incrível pela equipe, que nos deixaram ficar no espaço de convivência enquanto não passavam os sintômas e fizeram a medição dos sinais vitais. Até nos ofereceram um táxi até o pronto atendimento mais próximo, se fosse o caso. Muito preparados e queridos. Voltamos pra casa antes do fim do show e fomos assistir os novos episódios de Aeroporto Área Restrita. Aposto que não perdemos nada.
PS. Pensei em inaugurar o selo mal-estar na estética com esse show, mas apesar de não ter gostado, não foi TÃO ruim assim. Não podemos banalizar, vamos esperar uma verdadeira presepada para utilizar o querido.
coisas que eu fizmúsica
08 de novembro, 2025
Novo PC
Estou escrevendo esse post do meu novo laptop. Decidi trocar depois de muita pressão dos meus pais e de V, já que o antigo estava um pouco detonado. Além do óbvio, isto é, estar com a estrutura parcialmente exposta e uma parte da tela ter se soltado do teclado, ele vinha apresentando alguns problemas de desempenho há um tempo. A câmera embutida não funcionava sempre, e o microfone, nunca (tive que comprar uma cãmera externa e só conseguia fazer videochamadas com fones de ouvido); o áudio era muito baixo e só era possível corrigir isso pelo PulseAudio; vira e mexe havia problemas de armazenamento para rodar o básico e eu precisava ficar passando tudo pro HD externo com frequência. Além do novo computador em si ser teoricamente mais resistente (troquei um ideapad por um thinkpad), também troquei de Pop! OS (gnome) para o Debian com KDE Plasma.
Foi uma escolha difícil pois eu amo a estética do Pop! OS, e adoro o ambiente do gnome, mas também preciso admitir já estava insatisfeita com a distro. O Lutris rodava muito mal (mudei pro Bottles agora, outra novidade), e para qualquer quebra eu precisava ir pro Terminal tentar resolver, sem sucesso na maioria das vezes. Sinto que o Debian é mais sólido, e acho que terei mais suporte pela quantidade de usuários e até pela experiência do usuário médio - ou seja, mais gente no reddit explicando como solucionar as coisas. Sobre a mudança para o KDE, acho que foi mais para acompanhar as demais... Já que estamos aqui, né? Por que não? Mas claro, instalamos o gnome também e, caso eu não consiga me adptar ao KDE, posso mudar o ambiente na tela de inicialização. Por ora, ainda é cedo para concluir algo sobre a distro nova. A única coisa digna de nota é que achei a loja de apps do Pop! bem superior ao Discover do Debian, principalmente em relação ao acesso direto aos repositórios do flatpak e do github. A instalação em si foi bem tranquila, e tá tudo rodando bem por enquanto, mesmo se sobrepondo totalmente ao Windows 11 que já veio no PC - um feito que cada vez mais só acho que é possível por causa do processador (AMD rainha, NVDIA nadinha!).
coisas que eu fiz
06 de novembro, 2025
sobre ontem
Ontem eu e V fomos ao show do quarteto do Thomas Strøne (Time is a Blind Guide) no Sesc 24 de Maio. Foi a segunda vez que o vimos, acho que a primeira foi antes da pandemia, no meu aniversário. Me lembro que foi no Jazz B e que minha avó também foi, e tenho quase certeza que foi a primeira vez que ela e V se encontraram. Enfim, o show de ontem foi ótimo e os artistas pareciam muito felizes de estarem tocando aqui (e os shows sempre ficam mais agradáveis quando percebemos que os artistas estão curtindo também). Apesar de eu sentir que gostaria de ouvir suas obras com mais instrumentos, numa pegada mais orquestral, sei que essa é a proposta do(s) artista(s) - um jazz bem experimental e fluído.
Depois do show, fomos a pé ao infame Beverino, aquele bar de vinhos naturais que tem péssimas avaliações na internet e das quais eu e V sempre rimos a respeito. V gostou bastante, mas era aparente que ela queria gostar de lá: é muito perto da casa dela, e não é difícil de chegar e ir embora como nosso queridinho Plou. Achei o serviço ok, a carta de vinhos nada demais, e não servem água da casa. Mas de fato, é uma sólida opção pra beber vinhos naturais ali pelo centro. Bebemos um laranja italiano bem gostosinho chamado Alto Mare (salgado porém infelizmente não marzudo como o Brejinho da Costa). Não provamos a comida porque nada me animou.
Querendo estender a noite, voltamos andando para a Vila Buarque procurando algum lugar para comer e encontramos a Casa Lúpulo aberta. Nunca tínhamos ido lá devido ao público ser supostamente meio jovem místico. Foi uma boa surpresa, atendimento bom, empanadas gostosas e uma ipa muito docinha e cítrica na medida. Comi uma empanada de pinhão - não acho que foi a primeira vez que comi pinhão mas não me lembro das outras ocasiões, então foi oficialmente a primeira - e metade de uma 3 queijos. Havia um pessoal buscando companhia às altas horas, e é bom saber que isso ainda existe: conversas entre estranhos, sem frescura. (Enquanto escrevo aqui, Circe está derrubando tudo da prateleira, e preciso parar para impedí-la de destruir o quarto) A hostess faz leituras de tarot no bar e eu peguei um cartão para marcar um horário. A última tiragem que fiz foi em 2015, acho que vale fazer uma dez anos depois para fechar um ciclo. Voltei de uber porque já não havia mais ônibus circulando. Aliás, sobre o tópico ônibus, levei um olé duplo do Machado de Assis - Cardoso de Almeida. Perdi o ônibus que ia tomar para o Sesc, tomei o segundo que passou, desci na Major Sertório achando que ia ganhar tempo para chegar ao Sesc e: chegamos juntos à São Luís - eu correndo e o ônibus enfrentando o trânsito. Da próxima vou de Perdizes ou desço pra avenida...